A Editora Contracorrente tem a satisfação de anunciar a publicação do livro O Cárcere da agonia: a superação dos sobreviventes, de José Louzeiro, Marcos Meira e André Di Ceni.
Escrita com muita vivacidade e contundência, a obra resgata os relatos colhidos durante os mutirões carcerários promovidos pelo Conselho Nacional de Justiça em 2008, os quais escancararam os inúmeros e brutais episódios de violação a direitos humanos básicos nos presídios brasileiros.
Partindo do entendimento de “que o problema não decorre apenas de décadas de negligência, com políticas públicas reiterada e sistematicamente ineficientes, mas também de uma insensibilidade social profunda”, os autores, em exercício de empatia e de suspensão de julgamento, dão voz aos apenados e egressos. Assim, conhecemos histórias repletas de injustiças e (finalmente) justiças, lances de sorte e azar, julgamentos e discriminações, marginalização e ressocialização, degeneração e regeneração, voltas e reviravoltas de personagens como Beatriz, Simone, Guilherme e Raimundo José, nomes fictícios (usados para a proteção dos entrevistados), mas cujas histórias são profundamente humanas e “correspondem a processos judiciais reais, representativos de inúmeros outros em situações análogas, de pessoas esquecidas pelo sistema prisional”.
Como salienta o ministro Gilmar Mendes, que assina o prefácio do livro: “ouso dizer que a presente obra, além do resgate histórico, marca, no Brasil, o trabalho de vigilância e de revisão das prisões, que deve ser permanente e interinstitucional para que os casos emblemáticos trazidos à lume passem cada vez mais a serem exceções, e não regra”.
Trata-se, portanto, de uma obra pungente, permeada pela violência física, social e institucional, mas também e principalmente por exemplos de superação de adversidades e por projetos de ressocialização marcantes, na composição de um quadro capaz de tocar o leitor e promover uma mudança nas noções retrógradas “do punitivismo vingativo e do encarceramento em massa”.
ISBN | 9786553960145 |
Título | O cárcere da agonia: a superação dos sobreviventes |
Editora | Contracorrente |
Ano da Edição | 2022 |
Nº Edição | 1ª edição |
Páginas |
196 |
Encadernação | Brochura |
Autores |
José Louzeiro, Marcos Meira e André Di Ceni |
Prefácio |
Ministro Gilmar Mendes |
Sobre os autores
José Louzeiro (1932-2017) é natural de São Luís, Maranhão. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1954. Repórter policial por mais de vinte anos, trabalhou para Revista da Semana, Manchete, Diário Carioca, Última Hora, Correio da Manhã, Folha de SP e Diário do Grande ABC. Considerado um dos introdutores do romance-reportagem no Brasil, de seus mais de 50 livros, destacam-se: Infância dos mortos; Lúcio Flávio, o passageiro da agonia; Aracelli, meu amor; Em carne viva; e Elza Soares: cantando para não enlouquecer. No cinema e na televisão, foi roteirista de filmes como Pixote; Lúcio Flávio, o passageiro da agonia; O Homem da capa preta; e da novela Corpo Santo, eleita pela crítica a melhor de 1987.
Marcos Meira (1973), natural de Salvador – BA. Advogado, mestre em direito processual civil e doutorando em direito administrativo, ambos pela PUC-SP. Procurador do Estado de Pernambuco, presidente da Comissão Especial de Direito de Infraestrutura do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Fórum Nacional de Precatórios – FONAPREC, instituído no âmbito do CNJ. É ainda especialista em direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas – FGV, em direitos humanos, responsabilidade social e cidadania global pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS e com diversos artigos e textos publicados em periódicos, jornais de notícias e revistas.
André Di Ceni (1981) é natural de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Roteirista, graduado em Letras e pós-graduado em Jornalismo Político, atuou durante anos na colaboração de pesquisas e entrevistas para projetos de José Louzeiro e faz sua estreia literária com O Cárcere da agonia. Foi ainda parceiro do escritor em roteiros cinematográficos a serem lançados.
SUMÁRIO
SOBRE OS AUTORES
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I – SÚPLICAS NORDESTINAS
- Ceará
Raimundo José: persistência e comunidade
Jerônimo Xavier: esquecimento no cárcere
Simone: reviravoltas e superações
- Maranhão
Marco Aurélio: falhas processuais e punição tardia
Mathias: a fé que restaura
- Bahia
Roque: brutalidades e a restauração de pessoas
Juan Pérez: amor à nova pátria
Ângelo Fernandes: a arte que condena
CAPÍTULO II – UM NORTE PARA O CAMINHO DA RESSOCIALIZAÇÃO
2.1 Amazonas
Rômulo: a dura face da miséria
Carlos Alves: da injustiça ao retorno à dignidade
CAPÍTULO III – NO CORAÇÃO DO PROBLEMA CENTRAL
3.1 Goiás
Humberto: o cárcere em mundos distintos
3.2 Distrito Federal
Guilherme: a reciclagem de vidas
Joaquim: o conhecimento que liberta
CAPÍTULO IV – ATRAVESSANDO AS FRONTEIRAS DO PRECONCEITO
4.1 Paraná
Pedro Alcântara: a comunicação transformadora
Flávio Ribeiro: uma odisseia à ressocialização
CAPÍTULO V – DO CAOS HISTÓRICO À BUSCA POR NOVOS RUMOS
5.1 Espírito Santo
Gustavo: empreendedorismo em prol da sociedade
Ubiracir: da exploração à conscientização
Rafael: musicalidade controversa
Bruno: a criminalidade que não escolhe classe social
5.2 Rio de Janeiro
Beatriz: dramas familiares que levam a tragédias sociais
Sebastião: das mãos ceifadoras de vidas ao replantio da vitalidade
Renato: o falso glamour da criminalidade
Ronaldo Antônio Miguel Monteiro: a mão estendida que faz a diferença
EPÍLOGO – UMA REFLEXÃO
POSFÁCIO – O LEGADO DE UM MESTRE
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